O Sacerdote no Altar deve unir-se a Maria Santíssima no Calvário

"Tu és o meu Filho e hoje te gerei" diz o Salmista (1), mas podemos colocar estas palavras nos lábios da Virgem Santíssima, que dirige-as continuamente ao seu Filho Jesus.

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“Tu és o meu Filho e hoje te gerei” diz o Salmista (1), mas podemos colocar estas palavras nos lábios da Virgem Santíssima, que dirige-as continuamente ao seu Filho Jesus.


O título de “corredentora” que é aplicado única e exclusivamente à Maria Santíssima alcança horizontes que vão além do que o entendimento humano pode alcançar, um título que desde toda a eternidade esteve reservado especialmente à esta Virgem e que atingiu o seu cume ao lado do Verbo de Deus pregado no alto da Cruz.

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A morte redentora que Nosso Senhor Jesus Cristo haveria de padecer não foi uma surpresa para Maria Santíssima, pois Ela, até mesmo antes do Anúncio da Encarnação do Verbo – no qual lhe foi revelado que Ela seria a Mãe de Deus – recebeu grandes revelações diretas do Eterno Pai acerca deste mistério com os mais altos vôos do Espírito, desde a Criação do mundo e do gênero humano, de todas as criaturas e animais, de tudo aquilo que contêm no Universo até a vinda do Messias (2).
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Até esta altura não foi revelado à Virgem de Nazaré exatamente tudo aquilo que tocasse à Encarnação do Verbo, pois era necessário que se atingisse a plenitude dos tempos para que Deus humanado viesse exilar-se na Terra, o que dependia especialmente da preparação que esta virgenzinha de quinze anos deveria receber acerca da vinda do Redentor.
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“E na plenitude dos tempos Deus enviou o seu Filho para que nascesse de uma Mulher” (3)


Esta mulher foi Maria, que foi prevenida do pecado original já em vista dos merecimentos de Cristo na Cruz, e sendo este um privilégio único para que assim pudesse Ela ser a Mãe do Filho de Deus, Aquele que viria a ser o Sumo e Eterno Sacerdote da nova e eterna aliança.

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Segundo Santo Afonso de Ligório, quando a Santíssima Virgem ofereceu o seu Divino Filho no templo, Ela o fez de forma diferente das outras mães que realizavam tal oferecimento a Deus como uma simples cerimônia da lei, enquanto Maria realmente ofereceu o seu Filho a Deus, e, sabia Ela, que O oferecia à morte (4).

Sabia Ela que esta oferenda do Filho de Deus iria se consumar no altar da Cruz.

De forma análoga, na Santa Missa, o sacerdote oferece a Deus o pão e o vinho como oblação, que tornar-se-ão o Corpo e Sangue do próprio Filho de Deus pelo perdão dos pecados e salvação nossa; 

 


“Súscipe, sancte Pater, omnípotens aetérne Deus, hanc immaculátam hóstiam […] pro ómnibus fidélibus christiánis vivis atque defúnctis: ut mihi et illis profíciat ad salútem vitam aetérnam”
 (5), “Offérimus tibi, Dómine, cálicem salutáris […] pro nostra et totíus mundi salúte” (6).


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Da mesma forma ocorreu com Maria Santíssima, que dentro do seu ventre imaculado gerou o Filho de Deus; com a sua ilibada carne e com o seu puríssimo sangue deu forma e alimentou o Verbo Encarnado, o Deus humanado.
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Maria Santíssima ofereceu a Deus uma parte de si, ofereceu a carne da sua carne e o sangue do seu sangue, o seu Bem maior e o grande amor de sua vida, Aquele a quem Deus Pai confiou os cuidados maternos e a autoridade plena; Ela, por sua vez, ofereceu o mesmo no Calvário como sacrifício de expiação por nossos pecados.
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Desde o momento da Encarnação do Verbo, Maria Santíssima tornou-se a Mãe Corredentora, aquela que contribuiu 

indescritivelmente pela redenção da humanidade, já que Deus Pai, o Criador de Tudo, que não possui a necessidade de sujeitar-se a alguém, quis submeter todo o seu plano de redenção a uma jovem da cidade de Nazaré.
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E da mesma forma com que Deus quis o seu consentimento para que o seu Filho se encarnasse em seu ventre virginal, também quis Deus que Maria Santíssima consentisse com o sacrifício do seu Filho em vista da redenção dos homens (7).
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Maria Santíssima deu o seu maior amor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e esta entrega foi plenificada na Cruz, e, segundo o Abade Arnoldo de Chartres (8), Maria Santíssima, na morte de seu Filho, uniu-se de tal modo sua vontade à do seu Filho, que ambos ofereceram um só e mesmo sacrifício, por isso ambos operaram a humana redenção e obtiveram a eterna salvação aos homens.
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Se, segundo o magistério da Santa Igreja, a Santa Missa é o Calvário e a renovação do Sacrifício de Cristo na Cruz – mas de forma incruenta -, Maria Santíssima, da mesma forma em que esteve presente ao lado do seu filho durante sua crucifixão, também está presente ao lado do altar durante a celebração do Sacrifício do Altar, já que o mesmo Deus é imolado pelo perdão dos nossos pecados nas mãos do sacerdote, fazendo um ofício que o torna até mesmo mais importante que a Mãe de Deus.
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Enquanto Maria Santíssima deu à luz o Filho de Deus de uma vez por todas, o sacerdote pode fazê-lo quantas vezes quiser, durante a Missa. Se Maria Santíssima tivesse cometido um único pecado em toda sua vida, mesmo que venial, não seria Ela digna de ser a Mãe de Deus, ao passo que o sacerdote, sendo um homem manchado pelo Pecado Original, está sujeito a todos os tipos de pecados, mas que mesmo assim, não importando em que estado se encontre a sua alma, Jesus Cristo sempre se fará presente na hóstia quando forem pronunciadas estas palavras que fazem tremer a abóbadas do Céu: “Hoc est enim corpus meum” (9).
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Assim como Maria Santíssima que também fez uma oblação de si mesma a Deus em perfeita união com o oferecimento que fez do seu Filho no templo e completado no alto da Cruz em favor da humanidade, o Sacerdote deve portanto buscar emular a imagem de Maria Santíssima durante a Santa Missa, oferecendo-se sem cessar a Deus como vítima que se une ao Cordeiro que está sendo oferecido em suas mãos sacerdotais.

Assim como Maria Santíssima levou em seus braços o Divino Menino até o templo em que realizou a solene oferta do seu querido Filho em sacrifício, e já tendo em vista a redenção que ainda viria, o sacerdote, enquanto se encontrar diante do altar, deve realizar o mesmo ato de oblação e com as mesmas intenções que teve a Dolorosa Mãe Corredentora: oferecendo-se a si mesmo como vítima em expiação dos pecados da humanidade e de forma mais excelente quando erguer até o alto a Sagrada Eucaristia logo após ter proferido aquelas palavras que são, de certa forma, uma ordem ao Senhor dos senhores, para que Ele se faça presente da mesma maneira altíssima e gloriosa em que Ele se encontra no Céu.

Sabia Deus Pai o quanto Maria Santíssima O amava e quanto desejava dar-se inteiramente a Ele; e já tendo a Divina Providência designado-a como sua Imaculada Mãe, quis que Nela fosse gerado o Verbo Humanado, e assim, no tempo determinado por Sua Sabedoria, no altar do Calvário, naquela adorável Carne dilacerada pelos flagelos, e naquele preciosíssimo Sangue que era derramado em abundância de cada chaga aberta, havia uma obra realizada em Maria Santíssima, em seu ventre Imaculado.

No silêncio, Maria Santíssima, por nove meses, dia e noite cedia ao seu Filho e seu Deus, a sua carne e o seu sangue.

Com isso, se não fosse por Maria Santíssima, a humanidade não teria o Corpo e o Sangue de Cristo dilacerado e derramado em nosso favor, pois, da carne de Maria foi gerada e nutrida a Carne de Jesus.

Do mesmo modo deve o sacerdote, no altar, suplicar a esta Santíssima Mãe que o una àquela obra que sai de suas mãos: o Santíssimo Sacramento.

Durante a Missa, as mãos do sacerdote tornam-se, se assim podemos dizer, o ventre Imaculado de Maria, pois, da mesma forma que somente do puríssimo ventre de Maria poderia ser gerada a carne do Filho de Deus, somente nas mãos ungidas do sacerdote pode fazer-se presente o Altíssimo e glorioso Rei dos reis.

Também como Maria Santíssima, que no Calvário completou a sua união total com Deus, tornando-se a Mulher Corredentora do gênero humano, o sacerdote, no altar, torna-se uma espécie de “corredentor”, no sentido espiritual da palavra, já que Ele exerce o ofício de Sacerdote do Altíssimo, um ofício de um Alter Christus, um outro Cristo, já que o sacerdote diz In Persona Christi, na pessoa de Cristo, “hoc est enim Corpus Meum”, mas que obviamente não se refere a si mesmo, mas obedece ao mandamento que o Eterno Sacerdote decretou na Última Ceia: “Haec quotiescúmque fecéritis in mei memóriam faciétis”(10).

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Fonte: Católicos tradicionais

 1 – Sl. 2, 7.

2 – “San José en la mistica ciudad de Dios” por la Venerable Sor María de Jesús de Agrega, cap. 4º, p 39-74.

3 – Gal. 4, 4.

4 – Santo Afonso de Ligório, sermão acerca da Purificação de Maria.

5 – “Recebei, Santo Pai, Deus Onipotente e eterno, esta hóstia imaculada […] por todos os fiéis cristãos, vivos e defuntos, a fim de que a mim e a eles este sacrifício aproveite para a salvação na vida eterna”. Trecho do oferecimento do pão no ofertório da Missa no Rito Tridentino.

6 – “Nós vos oferecemos, Senhor, o cálice da salvação […] para salvação nossa e de todo o mundo”. Trecho do oferecimento do cálice no ofertório da Missa no Rito Tridentino.

7 – Santo Afonso de ligório, sermão acerca da Purificação de Maria.

8 – Beneditino e abade de Bonneval, amigo de São Bernardo. Morreu em 1156.

9 – “Isto é o meu corpo” – Mt. 26, 26.

10 – “Todas as vezes que fizerdes isto, fazei-o em memória de mim” – Lc 22, 19.

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