Nossa Senhora da Medalha Milagrosa foi o primeiro grande passo em direção à re-cristinianização do século XIX, preparando o grande movimento de almas que culminou com a proclamação do dogma da Imaculada Conceição.

Em 27 de novembro de 1830, Nossa Senhora apareceu a Santa Catarina Labouré em Paris e revelou-lhe o desenho da Medalha Milagrosa. Seu primeiro milagre foi grande a conversão, no leito de morte, de um bispo que tinha jurado fidelidade à Revolução Francesa.

A Medalha Milagrosa mostra uma imagem de Nossa Senhora das Graças, com as mãos emitindo raios de luz, assim como ela apareceu a Santa Catarina.

Esta devoção a Nossa Senhora da Graças na medalha marcou uma verdadeira renovação da devoção a Nossa Senhora, na Europa.

A devoção a Nossa Senhora tinha sido profundamente corroída pelo jansenismo, que, meio moribundo na época, foi substituído por formas mais radicais da Revolução, de modo que a devoção a Nossa Senhora deixava muito a desejar.

Com o uso da Medalha Milagrosa, graças extraordinárias se espalharam por toda a Igreja. Passou a ser clássico colocar-se uma Medalha ao pescoço, ou no peito de um doente impenitente, fazendo novenas e as orações prescritas por Nossa Senhora. Era quase certo que a pessoa se converteria. Isso além de outras graças que Nossa Senhora começou a dispensar ao mundo por meio desta devoção.

Por outro lado, essa devoção está vinculada a outras duas devoção muito importantes, que sofreram tentativas jansenistas para serem sepultadas: as devoções ao Sagrado Coração de Jesus e ao Coração Imaculado de Maria.

Esta animosidade ficou muito evidente no caso daquele Scipione de Ricci, bispo de Florença,  um homem do Iluminismo e jansenista que combateu a devoção ao Sagrado Coração de Jesus e que também propgnou introduzir reformas democráticas na Igreja, no Sínodo de Pistoia (Ele foi condenado por Pio VI em 1794).

Houve também a rejeição desta devoção ao Sagrado Coração de Jesus pela Casa de Bourbon, razão pela qual essa devoção não pode espalhar-se, como deveria, antes da Revolução Francesa.

No verso da medalha, Nossa Senhora manda colocar uma letra M, que significa seu santíssimo nome, e, na base, os corações de Jesus e Maria, vinculando assim essas três devoções de tanto significado e tão odiadas pelos jansenistas.

Esta devoção não só ajudou a derrotar os restos de jansenismo, mas dela resultou a eclosão estupenda do movimento ultramontano na ordem filosófica, política e social, bem como na definição da infalibilidade papal.

Tudo isso consistiu numa contra-revolução, comandada pelo bem-aventurado Pio IX e levada avante por São Pio X.

A devoção a Nossa Senhora das Graças, como todo movimento de piedade do século XIX, continuou, mais ou menos, até aparecer, por volta de 1920, no pontificado de Pio XI, o movimento litúrgico.

Era a ressurreição do modernismo, combatido por São Pio X. Começou então a campanha de silêncio sobre todas as formas de devoção a Nossa Senhora e ao Sagrado Coração de Jesus.

Isso quer dizer que, por causa de seu importante papel na história da Igreja, a devoção da Medalha Milagrosa mantém toda a sua atualidade para os católicos de hoje.

Há uma virtual promessa de Nossa Senhora, pelos atrativos e consolações, no sentido de que receberá muitas graças quem cultivar com fervor essa devoção.

 Fonte: Este texto foi traduzido, e adaptado, de http://americaneedsfatima.blogspot.com.br/