Muitos protestantes costumam argumentar que o Batismo de Crianças não aparece na Bíblia. Como conclusão, defendem que só os adultos podem ser batizados.
Primeiramente, nem tudo está na Bíblia, como afirma S. João: “Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever” (Jo 21,25).
Ou seja, o fato de não estar na Bíblia não prova que não se deva batizar crianças.
A pergunta deveria ser inversa: Onde estão as provas bíblicas para a afirmação de que apenas os adultos devem ser batizados?
Agora, vamos provar que Deus deseja o batismo das crianças.
A Sagrada Escritura menciona vários personagens pagãos que professaram a fé cristã e se fizeram batizar “com toda a sua casa“. Assim o centurião romano Cornélio (At 10, 1s.24.44.47s), a negociante Lídia de Filipos (At 16, 14s), o carcereiro de Filipos (At 16, 31033), Crispo de Corinto (At 18, 8), a família de Estéfanas (1Cor 1, 16).
A expressão “casa” (“domus”, em latim; “oikos”, em grego) tinha sentido amplo e enfático na Antigüidade: designava o chefe de família com todos os seus domésticos, inclusive as crianças (que geralmente não faltavam).
Desde o início da Igreja, os apóstolos batizavam os recém-nascidos. Assim se expressa Orígenes (185 – 255): “A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos”. (Epist. ad Rom. Livro 5, 9). E S. Cipriano, em 258, escreve: “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças”. (Carta a Fido).
Santo Irineu, que viveu entre 140 a 204, afirma: “Jesus veio salvar a todos os que através dele nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os meninos, os jovens e os velhos”. (Adv. Haer. livro 2)
Na “Nova e Eterna Aliança“, o batismo substitui a circuncisão da “Antiga Aliança”, como rito de entrada para o povo escolhido de Deus. Ora, se o próprio Deus ordenou a Abraão circuncidar os meninos já no 8o dia depois do nascimento, sem exigir deles uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico recusar o batismo às crianças dos pais cristãos, por causa de tais exigências.
O manual dos Apóstolos, também conhecido como ‘didaqué’, prescreve o batismo para crianças.
Ou seja, era costume dos apóstolos batizarem as crianças, segundo a importância que é o sacramento do “Batismo”, pois “quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus”.
A posição protestante é insustentável, visto que se eles tivessem que seguir tudo o que a Bíblia ordena, como ficariam certas normas do Antigo Testamento que não foram abolidas no Novo, mas pela Igreja que eles rejeitam? Exemplos: Não acender fogo (para cozinhar) em nenhuma moradia no sábado (Ex. 35,3). Não semear diferentes espécies no mesmo campo (Lev. 19,19). Não semear e colher nada, nos campos e na vinha, no ano sabático (Ex. 23, 10-11) e (Lev. 25 3-5). Não comer os frutos das árvores nos primeiros três anos (Lev 19, 23-25).
E, depois, se os pais são responsáveis perante Deus pelo sustento, proteção, educação, amparo etc de seus filhos, quanto mais seriam pelo bem espiritual.
Fonte: Blog Lepanto